Gostaria de conseguir escrever apenas com a melancolia
Acho que meus momentos melancólicos não são poéticos o bastante
Não consigo tirar arte de minha tristeza
Ela parece sempre tão jovem, tão ingênua e tão banal
Só sei escrever com sentimentos mais enérgicos
Raiva, desespero, agitação, ansiedade
Alegria, euforia, são elas que movem meus dedos
Nesse teclado
Sem parar
Parei.
Não estou em estado artístico.
Até outro dia.
E cessa os batimentos
E o sangue parado nas veias
Um rio que percorre cidades mortas
Preso em um corpo efêmero, vulnerável
Uma mente silenciada
Eternamente interrompida
As cortinas se fecham
Somos pó e sombras:
Ao pó voltaremos
Mas as sombras permanecerão